O atual desenvolvimento econômico do Brasil, país de maior população negra fora do continente africano, aponta para uma reflexão de como o pais vem se desenvolvendo socialmente. Indicadores socioeconômicos de toda ordem indicam que houve melhoria nas condições de vida da população negra. Mas ainda há déficit quando comparado à população branca.
A iniqüidade em todos os aspectos (trabalho, renda, saúde, educação) ainda persiste como manifestação do racismo que permeia as estruturas da nossa sociedade. E que precisa ser combatido no incansável exercício de luta pelos direitos e por políticas que promovam a igualdade de oportunidades.
A Organização das Nações Unidas (ONU) instituiu o dia 21 de março como o Dia Internacional de Luta pela Eliminação da Discriminação Racial, em memória do Massacre de Shaperville. Em 21 de março de 1960, 20.000 negros protestavam contra a lei do passe, que os obrigava a portar cartões de identificação, especificando os locais por onde eles podiam circular. Isso aconteceu na cidade de Joanesburgo, na África do Sul. Mesmo sendo uma manifestação pacífica, o exército atirou sobre a multidão e o saldo da violência foram 69 mortos e 186 feridos. O dia 21 de março marca ainda outras conquistas da população negra no mundo: a independência da Etiópia, em 1975, e da Namíbia, em 1990, ambos países africanos.
A legislação brasileira instituiu os primeiros conceitos de racismo em 1951 com a Lei Afonso Arinos (1.390/51), que classificava a prática como contravenção penal, porém somente a Constituição Federal de 1988, em seu artigo 5º, XLII, é que classificou a prática do racismo como crime inafiançável e imprescritível, sujeitando o delinquente à pena de reclusão.
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É aterrador e clama a muito trabalho, perceber que o racismo está presente em TUDO que vivencia uma pessoa negra nesse mundo, o que é sinônimo de intangíveis danos e desfigurações... estrutura TUDO nesse mundo sendo o cerno do extremo privilégio de alguns, certamente não de negras/os... Compreender as infinitas formas de ele se apresentar , entender de fato o máximo possível todas as facetas desse fenômeno é fundamental para combatê-lo de fato e com eficácia, pena que esse esforço é absolutamente minoritário na sociedade brasileira e, pq não dizer, sociedade mundial, infelizmentíssimo e letal...
"há várias formas de o racismo se manifestar, ou seja, pode ser uma ação direta ou indireta: pode ser uma agressão física, verbal, um olhar ferino, uma emanação prejudicial... negação de direitos e garantias, falta de atenção e representação coletiva ou até mesmo o múltiplo silenciamento das vidas discriminadas. Essa classificação vexatória e implacável, foi atitude elementarmente constituinte da escravização negra, pois, nessa prática, as pessoas escravizadas eram vistas como coisas, propriedades passíveis de marcações e condutas violentadoras. No racismo olhamos um ser e, a partir de uma ou várias de suas características julgadas como indesejáveis, o classificamos e fixamos de forma negativa, rejeitandoe agredindo suas práticas e sua existência singular."
"O racismo só se manifesta diretamente? Não e não! Agressões físicas e verbais diretas manifestam racismo sim, mas não só elas. Falta de representação é racismo violento! Desamor e desafeto também! Negação da história de um povo também é! Olhares, emanações, expressões, diversas formas de tratamento podem ser racismo que, se somado ao longo da vida, mata trajetórias e gera incríveis feridas em toda uma população, tolhe seu caminho. Todo um leque de ação no mundo vê e trata @ sujeit@ negr@ como alvo de violações, ainda que de de forma supostamente velada e inconsciente..."
Mais informações em o "Nosso Jornal", todas as edições e todos os textos: http://www.nossocoletivonegro.blogspot.com.br/p/nosso-jornal.html
Também, referências em NOSSA biblioteca: http://www.nossocoletivonegro.blogspot.com.br/p/contato.html
Campanha "Onde você guarda o seu racismo?":
http://www.nossocoletivonegro.blogspot.com.br/p/campanha-onde-voce-guarda-o-seu-racismo.html
"cambiar la historia es cuestión de voluntades colectivas vivas y no vidas pasivas en pleno romance
con nuestras penas, rompamos las cadenas, bajemos los escudos..."
CONTRA SÉCULOS DE NEGAÇÃO, UM PRESENTE VÍVIDO DE AFIRMAÇÃO!
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