sexta-feira, 30 de setembro de 2011

- Dez anos da lei de Cotas Étnico-Raciais!

cotas_uel._noticia  Uma avaliação realizada por senadores, especialistas e militantes do movimento negro sobre os 10 anos do sistema de cotas afirma que a ação afirmativa mostrou ser bem sucedida ao promover significativa e relevante inclusão da população negra brasileira nas universidades públicas. Segundo eles, as cotas são um instrumento legítimo para a busca da “igualdade material” preconizada pela Constituição de 1988. O grupo também argumentou a favor de programas como o Prouni e o Fies que, em sua opinião, proporcionam o acesso ao ensino superior a parcelas populacionais que historicamente ficaram de fora das universidades. A primeira lei, a 3.708/01, foi implantada no Rio de Janeiro, e assegurou 40% das vagas aos estudantes afrodescendentes em escolas de ensino superior do estado. Hoje, são cerca de 110 mil cotistas negros em 32 universidades estaduais e 38 universidades federais de todo o país. Para ser beneficiado com o sistema de cotas, o aluno deve se declarar como negro ou pardo e provar com fotos anexadas à matrícula.
Resultado ainda longe do ideal – Luís Fernando Olegar, coordenador do departamento de educação do Movimento da Consciência Negra do Vale do Itapocu (Moconevi) considera o preconceito contra afrodescendentes e o sistema de cotas resultado da falta de informação. “As pessoas não têm acesso à educação de forma igualitária”, explica o diretor, que já trabalhou em duas instituições em bairros de classes sociais bem diferentes.
“Enquanto as crianças de uma escola tinham em casa acesso à internet, TV a cabo, viajavam para outras cidades e conheciam lugares dos quais tinham aprendido na sala de aula, as outras só tinham como o passeio do ano uma ida ao shopping, quando a escola as levava”, conta.
Para o professor, as cotas raciais são um “reparo necessário, um caminho inverso ao mal feito aos negros ao longo da história do Brasil”. O educador entende o argumento de alguns grupos, inclusive da própria comunidade afrodescendente, sobre a importância de cotas para os menos favorecidos economicamente e não somente para os de cor escura. Porém, ele acha imprescindível o benefício para os negros devido ao racismo. “Os negros sofrem preconceito não pela classe social ou pelo currículo. Na hora de uma entrevista para emprego, o fenótipo é o que conta. As pessoas são escolhidas pelo que mostram, pela cor e pelos traços”, defende.
Segundo o educador, quanto maior o nível de formação acadêmica do negro, mais ele sofre racismo. “O peso é maior. Há mais cobrança para os que não tinham vez, principalmente os cotistas”, afirma. “As cotas permitem a ascensão social de um grupo étnico cuja maioria não tem oportunidade de crescer na vida”.
Falta de representatividade – Além do desenvolvimento social dos afrodescendentes, o coordenador considera a visibilidade um fator importante na luta contra o racismo. “Se a criança não vê professores, médicos, empresários, enfim, pessoas bem sucedidas da mesma cor, ela aprende que aquilo é normal e cresce inconscientemente com um sentimento de inferioridade” explica. “Você não se enxerga, não se sente representado”.
Apesar de toda a mobilização dos movimentos que lutam pelos direitos de igualdade dos afrodescendentes, a disseminação de sua cultura e a formação de lideranças, para Luís Fernando, a mudança social foi pequena após uma década de cotas raciais. O professor dá um exemplo da discriminação em exercícios feitos em sala de aula com os alunos: “há dez anos, pedia para as crianças procurarem em revistas pessoas negras. Encontravam poucas. Hoje, fico assustado aos constatar que isso não mudou”, conta. “Mesmo os pretos e pardos serem praticamente metade da população brasileira, a representatividade na mídia ainda é muito pequena”.
Luís Fernando espera que um dia as cotas raciais, e qualquer tipo de cota, não sejam mais necessárias. “O ideal é que deixem de existir e todos vivam em condição de igualdade”, conclui.


Escrito por Karla Leandro Rascke  

Sex, 30 de Setembro de 2011 18:02


Fonte: Correio do Povo

- Frente Negra Brasileira completa 80 anos!


21/09/2011 por 
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Há exatos 80 anos, era criada a Frente Negra Brasileira, uma das primeiras organizações no século XX a exigir igualdade de direitos e participação dos negros na sociedade do País. Sob a liderança de Arlindo Veiga dos Santos, a organização desenvolvia diversas atividades de caráter político, cultural e educacional para os seus associados. Realizava palestras, seminários, cursos de alfabetização, oficinas de costura e promovia festivais de musica. 
Criada em 16 de setembro de 1931 na cidade de São Paulo, a Frente ganhou adeptos em todo o Brasil, inclusive o jovem Abdias Nascimento. Seguindo o propósito de discutir o racismo, promover melhores condições de vida e a união política e social da “gente negra nacional”, a entidade teve filiais em diversas cidades paulistas e nos estados da Bahia, Minas Gerais, Pernambuco, Espírito Santo e Rio Grande do Sul. Estima-se que a Frente Negra Brasileira tenha chegado a aproximadamente cem mil membros em todo o País.  
Em sua sede na rua da Liberdade, funcionava o jornal O Menelik, órgão oficial e principal porta-voz da entidade, sucedido pelo O Clarim d’Alvorada, sob a direção de José Correia Leite e Jayme de Aguiar. A Frente Negra ressaltava a importância de o negro superar a condição de cabo eleitoral, incentivando o lançamento de candidaturas políticas negras. A entidade chegou a se organizar como partido político. 
Estrutura – A Frente possuía uma complexa estrutura, sendo dirigida por um grande Conselho, constituído de 20 membros, selecionando-se, entre eles, o chefe e o secretário. Havia, ainda, um Conselho Auxiliar, formado pelos Cabos Distritais da Capital. Criou-se, ainda, uma milícia frente-negrina, uma organização paramilitar. Os seus componentes usavam camisas brancas e recebiam rígido tratamento, como se fossem soldados. 
Segundo um dos seus fundadores, Francisco Lucrécio, a Frente Negra foi fundada por ele e outros companheiros embaixo de um poste de iluminação. Ainda segundo Lucrécio, no início, muitos não compreendiam os objetivos do grupo. Diziam que eles estavam fazendo “racismo ao contrário”. No entanto, com o tempo, os membros da Frente Negra foram adquirindo a confiança não apenas da comunidade, mas de toda a sociedade paulista. As próprias autoridades a respeitavam. 
Os seus membros possuíam uma carteira de identidade expedida pela entidade, com retratos de frente e de perfil. Quando as autoridades policiais encontravam um negro com esse documento, respeitavam-no porque sabiam que na Frente Negra só entravam pessoas de bem. 
Em 1937, o Estado Novo de Getúlio Vargas fechou os partidos e as associações políticas, aplicando um duro golpe na Frente Negra, que foi obrigada a encerrar suas atividades. 

Fonte: IPEAFRO e Portal da Cultura Negra

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Durban - O Brasil tem o que dizer, 10 anos depois


A III Conferência Mundial contra o Racismo, a Discriminação Racial, a Xenofobia e as Formas Conexas de Intolerância, ocorrida em Durban, África do Sul, de 31 de agosto a 9 de setembro de 2001, completa 10 anos. Mas as questões que demandaram sua realização ainda requerem a ação dos Estados para serem superadas.


Ministra Luiza Bairros 

luiza-bairrosA III Conferência Mundial contra o Racismo, a Discriminação Racial, a Xenofobia e as Formas Conexas de Intolerância, ocorrida em Durban, África do Sul, de 31 de agosto a 9 de setembro de 2001, completa 10 anos. Mas as questões que demandaram sua realização ainda requerem a ação dos Estados para serem superadas.

O recrudescimento das intolerâncias em várias partes do mundo deveria atrair a atenção para a Reunião de Alto Nível comemorativa do 10º aniversário da Declaração e Programa de Ação (D&PA) de Durban, que a ONU realiza neste 22 de setembro. Além das reportagens especiais para rememorar a tragédia do 11 de setembro, espera-se que a mídia avalie o que tem sido feito para eliminar o racismo e a discriminação racial.

Deve ser sempre lembrado que a participação brasileira na preparação da Conferência contra o Racismo foi um marco na mobilização das organizações negras. A riqueza das avaliações desencadeadas em todo o país beneficiou-se largamente do esforço das três décadas anteriores.

Da luta que tornara possíveis os avanços da Constituição, passando pelos protestos no centenário da Abolição, em 1988, e a Marcha Zumbi dos Palmares, em Brasília, em 1995, os movimentos negros lograram incluir a superação das desigualdades raciais na agenda política do país.

Em 2001, uma geração de ativistas alcançava a maturidade decorrente do empenho contínuo por cidadania plena e pela visibilização do racismo. As urgências de nossa situação interna motivaram a participação do Brasil naquela conferência, e asseguraram, na volta da África do Sul, os diálogos que, mais tarde, desembocaram nas políticas de ação afirmativa.

A ideia de um movimento negro "engolido" pelo Estado após esse processo seria, portanto, simplificadora de algo mais complexo, posto que não dá conta das múltiplas dimensões envolvidas nessa história recente e que a conferência inequivocamente aprofundou. A partir dela, os membros das Nações Unidas comprometeram-se a fazer do combate ao racismo responsabilidade primária do Estado.

Dez anos se passaram. Diferentemente de muitos países que ainda tentam boicotar a D&PA de Durban, as organizações da sociedade civil e o governo do Brasil terão o que dizer na Reunião de Alto Nível.

Vale destacar que o racismo é crime desde o texto constitucional de 1988. Ademais, o Estatuto da Igualdade Racial, aprovado no ano passado, orientou o Plano Plurianual 2012-2015, que inclui o enfrentamento ao racismo como um de seus programas mais inovadores. O que se faz agora é uma ampla pactuação ministerial para aprofundar a implementação do Estatuto e regulamentar o Sistema Nacional de Promoção da Igualdade Racial (Sinapir), de modo a integrar as ações nas esferas federal, estadual e municipal.

No momento, é necessário assegurar práticas educativas que possam abarcar tanto a escola como os meios de comunicação. Desde a creche, cujo acesso a presidente Dilma Rousseff quer universalizar, urge disseminar valores do pluralismo, alargando a noção do humano entre nós. Isso equivale a reverter representações desumanizadoras que atravessam nossa cultura desde o período colonial e estão na base das desvantagens sociais de negros e indígenas.

O autor de recente chacina na Noruega, Anders Breivik, afirmou a impossibilidade de progresso no Brasil dada a composição étnico-racial da população. Velhas ideias de superioridade racial que encontram novos adeptos, aqui e no exterior. Por essa visão, os obstáculos ao desenvolvimento residiriam no interior das pessoas, em sua presumida inferioridade e não em razões objetivas e externas a elas.

Por isso, há quem acredite que os espaços abertos pelo crescimento da economia brasileira não deveriam ser ocupados por "canavieiros, donas de casa e sacoleiros". A sugestão recorrente seria a substituição do trabalhador brasileiro, tido como desqualificado, pela mão de obra "altamente especializada". E, se não há tempo suficiente, ou a educação nada pode fazer nesses casos, os trabalhadores ideais só poderiam ser buscados em outros países.

Essa visão, contrária ao rumo buscado pelas iniciativas de erradicação da pobreza extrema e de expansão do acesso à educação técnica e superior, opõe-se também à declaração e ao programa de ação de Durban, que reforçam o direito de todos de participar, sem discriminação, da vida social e política do seu país.


Luiza Bairros é ministra da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial da Presidência da República e conselheira do CDES.


Publicado no Correio Braziliense
Fonte: CDES

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

- "Não basta ser boa/bom, tem de ser loir@ dos olhos azuis..."


Onde você guarda seu racismo? Não guarde, jogue fora!




De boa intenção o inferno tá cheio, tá, inclusive, de saco cheio também!

E se você acha que discriminação negativa baseada em características físicas/ pertencimento sócio cultural é "mero detalhe", olhe o que o racismo arraigado quase que silenciosamente em todos os locais públicos e privados do Brasil, gera em termos de realidade objetiva na vida de quem por ele é sistematicamente vitimad@ (#genocídio): 


BRASIL COM P! "Pare, pense, prossiga... por quê?" => http://letras.terra.com.br/gog/317599/


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=> 5 de septiembre: Día Internacional de la Mujer Indígena




Abuela Cristina Calderón Harban, última testigo y representante del pueblo Yagan
Este 5 de septiembre, se conmemora el Día Internacional de la Mujer Indígena, en homenaje a Bartolina Sisa, mujer Aymara, que entregara su vida en defensa de su pueblo contra las fuerzas realistas durante la rebelión anticolonial de su esposo, Tupaj Katari en el Alto Perú, actual Bolivia. Bartolina Sisa fue aguerrida mujer, que a fines del siglo XVIII comandó con gran valentía los ejércitos quechua-aymaras contra las tropas realistas, llegando a cercar la ciudad de La paz en 1781. Fue su valentía demostrada en la lucha por reestablecer los derechos de su pueblo, la que la convirtió en obstáculo para los objetivos enemigos, quienes el 5 de septiembre de 1782 la asesinaron, convirtiéndose esta fecha, en la conmemoración del Día Internacional de la Mujer Indígena, instituido oficialmente en 1983.
Mujeres Indígenas: Testimonios vivientes de las culturas
La mirada de la mujer indígena nos invita sentir la tierra, a respetar los ciclos naturales y las interacciones de todas las vidas. Es un aporte al diálogo de los saberes que permite ampliar el conocimiento de nuestra historia, cultura, sabores, texturas… son la ocurrencia del presente y son un grito al futuro.
Derechos Específicos de las Mujeres Indígenas
Las mujeres indígenas tienen derechos que comparten con sus congéneres de todas las sociedades y culturas, y también derechos específicos que derivan de su condición particular en cuanto integrantes de pueblos indígenas. Sus propias organizaciones e instituciones que acompañan sus luchas los identifican del siguiente modo:
  • Derecho al respeto de la identidad cultural del pueblo al que pertenecen.
  • Derecho a su identificación como integrante de un pueblo indígena específico.
  • Derecho a no ser asimiladas ni obligadas a aceptar prácticas culturales ajenas y que atenten contra su propia identidad cultural.
  • Derecho a modificar costumbres y tradiciones sociales, culturales, económicas que dañen o afecten su dignidad.
  • Derecho a recuperar, como integrantes de un pueblo indígena, ciertas prácticas y tradiciones que las favorecen y dignifican como mujeres.
En Puerto Williams, Provincia Antártica Chilena, vive la “abuela” Cristina Calderón (83), última testigo del pueblo Yagán, y hablante de su lengua originaria; la vida de la abuela Cristina y de su pueblo, han sido objeto de inspiración para los mas destacados estudiosos, historiadores, científicos e investigadores que llegan todos los años hasta Villa Ukika, en cercanías de la capital antártica, para conocer un poco mas de la abuela y su cultura.
Cristina Calderón, fue reconocida por el Consejo Nacional de la Cultura y las Artes, como Tesoro Humano Vivo, en el marco de la Convención para la Salvaguardia del Patrimonio Inmaterial, adoptada por UNESCO en 2003, y nominada entre las 50 mujeres protagonistas del Bicentenario de la República de Chile, e hija Ilustre de Magallanes y antártica Chilena. @Prensaantartica

7ª Edição do Nosso Jornal

Em 2002, quando cantavam as estrofes do samba “Moleque Atrevido” de Jorge Aragão a capela no anfiteatro 09 para uma plateia de estudantes ne...