sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

Nota de Repúdio do Nosso Coletivo Negro ao acorrentamento de homens negros no Rio de Janeiro

Com bastante angústia recebemos as notícias de dois homens negros presos nús em barras de ferro no Rio de Janeiro. O caso mais repercutido foi o do adolescente de 15 anos, em situação de rua, que ao supostamente ser pego roubando no bairro do Flamengo (área nobre da cidade), foi espancado, despido e acorrentado pelo pescoço a um poste em praça pública enquanto aguardava chegada da polícia ao local. O segundo caso aconteceu em 2010, no também nobre bairro de Botafogo, mas apenas veio à tona essa semana pela discussão que o primeiro caso gerou. 
 
Sabemos que, como estes, muitos casos de tortura e morte envolvem vítimas negras, jovens, vulnerabilizadas socialmente pelo racismo que as nega desde cedo o acesso aos seus direitos e garantidas fundamentais.
Infelizmente, a morte, violência e desaparecimento de pessoas negras têm sido notícias recorrentes. Somos, de fato, um país que promove um genocídio de sua juventude de cor escura, cabelos crespos, lábios e narizes não afilados.

Esses crimes cotidianos não contam apenas com a negligência das autoridades que não investigam tais crimes – e que muitas vezes são os autores diretos, como nos casos de violência policial – mas também, contam com a anuência da grande mídia. Esta, por sua vez, quando não omite tais crimes, os repercute com elevado teor sensacionalista e irresponsável, enquadrando as vítimas como suspeitas ou criminosas e, conseqüentemente, merecedoras da violência que sofreram.

Somos um país que sentencia os suspeitos pretos e pobres à execução sumária e instantânea. A mera desconfiança de ato criminoso, sem necessidade de comprovação ou direito à ampla defesa, é suficiente para que policiais e populares julguem, sentenciem e executem as penas que melhor lhes convir para aquela situação. Certos da impunidade e da irrelevância material e simbólica desses corpos pretos, os atuais “justiceiros” aumentam as estatísticas de desaparecimentos e assassinatos de pessoas negras no país.

Entendemos que a cultura de violência não é apenas disseminada nas periferias, mas principalmente alardeada pelas elites formadoras de opinião para os demais setores da sociedade que, amedrontada, demanda proteção contra os ditos suspeitos – homem, jovem, negro, pobre, morador de periferia. Em nome disso, a proteção do “cidadão de bem” legitima todo e qualquer tipo de violência contra os suspeitos que, com sorte, chegam a julgamento no sistema de justiça.

Sem dúvida, esses dois pelourinhos públicos noticiados essa semana – embora tenhamos certeza que são muito mais – representam toda a humilhação e desumanização a que um jovem negro pode ser sumariamente submetido no Brasil, tolhendo-nos o direito à cidadania e à justiça.

Reiteramos que mesmo que tais jovens tenham infringido a lei, as leis brasileiras proíbem todo e qualquer tipo de tortura (Lei nº 9455/97). Da mesma forma, não existe pena de morte no Brasil e ninguém, seja cidadão ou agente policial, tem direito de julgar e sentenciar qualquer crime, devendo o suspeito ser encaminhado para o sistema de justiça para as devidas providências legais, com respeito ao seu direito de ampla defesa e julgamento justo.

Tais crimes praticados contra esses jovens são um soco no estômago das comunidades negras e periféricas, das mães que diariamente esperam que seus filhos voltem para casa, das que já os perderam para a violência urbana e das comunidades pobres que são constantemente marcadas e estigmatizadas por mais uma perda em seu seio. São violências simbólicas e coletivas imensuráveis.

Assim, nessa nota:
  • Exigimos a investigação de tais crimes, a coibição da ação de “justiceiros” das ruas do país e a punição dos culpados;
  • Exigimos a punição e retratação das emissoras de televisão (SBT, Record e Bandeirantes) que tem exibido apologia à violência em sua programação e apoio a ações como essa;
  • Exigimos medidas efetivas de acesso à justiça nas esferas Estaduais e Federal;
  • Exigimos a aprovação do Projeto de Lei n° 4471/2012, que tramita na Câmara dos Deputados e visa obrigar a investigação criminal das mortes registradas por Auto de Resistência, medida sabidamente usada para encobrir execuções feitas por policiais criminosos no mau cumprimento de suas funções;
  • Exigimos que o tema "Políticas para população em situação de rua" entre definitivamente na agenda política do Governo, implementando não apenas políticas públicas, mas também promovendo ações educativas permanentes dirigidas a sociedade em geral, com vistas a romper o preconceito e os estigmas sociais;
  • Exigimos a implementação do Decreto nº 7053/2009, que institui Política Nacional para a População em Situação de Rua. Ressaltamos aqui a necessidade de maior atenção às pessoas em situação de rua através de políticas públicas que ampliem e reorganizem a estrutura de funcionamentos das instituições de albergamento, além da garantia das ações para de inclusão socioeconômica dessa população. 

Nos recusamos a aceitar essa pena de morte paralela e criminosa que sentencia os corpos negros no país! Não nos calaremos diante do racismo e do desrespeito aos direitos humanos do povo preto e pobre!

terça-feira, 21 de janeiro de 2014

Quando os negros querem entrar em ‘lugares de brancos’


Por Francisco Fernandes Ladeira em 21/01/2013 na edição 782

No livro Vida para consumo, o sociólogo Zygmunt Bauman compara o consumismo dos dias hodiernos a uma festa onde todos são convidados, mas poucos podem efetivamente entrar. Nesse sentido, em países capitalistas periféricos como o Brasil, praticamente toda a população está exposta aos mecanismos persuasivos da publicidade, mas somente uma minoria privilegiada tem acesso a determinados bens materiais.

Um caso emblemático da realidade acima exposta é a liminar judicial que proíbe os chamados “rolezinhos”, eventos convocados pelas redes sociais em que jovens pobres da cidade de São Paulo (negros em sua maioria) combinam passeios em shopping-centers.
No sábado (11/1), as portas que dão acesso a alguns shoppings-centers paulistanos foram desligadas e passaram a ser blindadas por policiais. No shopping JK Iguatemi, que apresentava em sua entrada um cartaz alertando sobre a retaliação judicial a quem fosse flagrado em um “rolezinho”, foi realizada uma “triagem” para definir quem poderia entrar no estabelecimento. Indivíduos que apresentavam perfis “da periferia” (ou seja, negros e pardos) e menores de idade desacompanhados dos pais foram barrados.

Em nota divulgada à imprensa, o JK Iguatemi asseverou que “tem como procedimento padrão atuar para garantir a segurança e a tranquilidade de seus clientes, lojistas e colaboradores visando conforto nas compras, lazer, cultura e entretenimento”. “Os lojistas continuarão em busca de medidas para evitar os ‘rolezinhos’. A gente quer respeitar sempre os direitos humanos, mas nós temos que proteger a propriedade, nós temos uma responsabilidade muito grande em relação à segurança desses importantes empreendimentos, e a gente tem que buscar alternativas”, justificou o presidente da Associação Brasileira de Lojistas de Shopping (Alshop), Nabil Sahyoun, em entrevista à GloboNews.
Os espaços “mais democráticos”
Já no shopping Metrô Itaquera, a polícia militar utilizou cassetetes, balas de borracha e gás lacrimogênio contra jovens que realizaram um “rolezinho”, sem que tivesse havido qualquer registro de violência. “Tive medo. Já fui em outros rolês, mas desta vez a PM estava batendo até em menina”, disse um adolescente ao jornal Brasil 247.
Não obstante, alguns noticiários da grande mídia exibiram exaustivamente imagens dos tumultos envolvendo adolescentes e policias, com a clara intenção de manipular a população contra os jovens que faziam o “rolezinho”. Segundo o Jornal da Band, “o ‘rolezinho’ é uma invasão de jovens marcada pela internet, em que os participantes dizem que o objetivo é apenas diversão, mas os encontros apavoram os lojistas e clientes, e frequentemente há registros de furtos e vandalismos”.
Por sua vez, Reinado Azevedo, colunista da Veja, afirmou que considerar o “rolezinho” uma espécie de revolta dos pobres contra os endinheirados é uma grossa bobagem. Para ele, os shoppings têm se caracterizado como os mais democráticos espaços do Brasil. Boa parte dos shoppings de São Paulo, serve também aos pobres, que ali encontram um espaço seguro de lazer”. Já de acordo com especialistas ouvidos pela Rede Globo, a atitude tomada pelos shoppings paulistanos é legal. “O shopping franqueia o ingresso do público para o exercício das atividades que ele disponibiliza: entretenimento e consumo. Ele não é obrigado então a tolerar e permitir reunião, seja de que natureza for”, asseverou Mauricio Pessoa, professor de Direito da PUC.

Calor dos fatos
Todavia, é importante ressaltar que a mesma justiça que concedeu a liminar que proíbe jovens pobres de frequentar determinados lugares, também define como crime “recusar ou impedir acesso a estabelecimento comercial, negando-se a servir, atender ou receber cliente ou comprador”. Em outros termos: dois pesos, duas medidas.
Por outro lado, nas redes sociais, espaço onde não há limites para a liberdade de expressão e o pensamento conservador pode direcionar toda a sua ira contra determinadas minorias, os adeptos do “rolezinho” foram tachados de baderneiros, bandidos, vândalos e favelados, entre outros adjetivos que geralmente são atribuídos aos pobres no Brasil.
Em última instância, não se pretende aqui discutir sobre a legitimidade ou não do “rolezinho”. É demasiadamente complexo examinar determinado acontecimento no calor dos fatos. Evidentemente que algumas pessoas se aproveitam do movimento para fins escusos, mas a maioria só deseja que o seu direito de ir e vir seja respeitado.

Democracia racial?
Sendo assim, é importante denunciar o apartheid velado que vigora no Brasil. Nossa sociedade continua norteada por uma lógica preconceituosa herdada do período escravocrata. Como bem questionou o presidente da Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-SP), Martim de Almeida Sampaio,se fosse o playboy da Zona Sul, bem de vida, que fosse com seus amigos ao shopping center fazer um ‘rolezinho’? Eles seriam discriminados?”
Sempre que pobres e negros começam a frequentar determinados lugares que antes eram exclusivamente das elites, a verdadeira face do racismo brasileiro, escamoteado pela hipocrisia cotidiana, se revela e, não raro, sob a conduta violenta dos aparelhos repressores do Estado. Lembrando as palavras de Juninho Jr, um dos organizadores de uma manifestação contra a repressão dos shopping centers ao “rolezinho”, “a burguesia propaga cotidianamente que para você ser alguém, ser reconhecido, é necessário ter e consumir. Porém, enquanto os jovens [pobres] sonharem com carros de luxo, roupas de marca, lá na periferia, tudo bem, o problema é quando eles desejam ocupar os espaços que tradicionalmente só são ocupado pelo andar de cima, aí gera uma contradição que a elite não consegue responder senão pela repressão.”
A mensagem das classes dominantes é clara: negros e pobres só são socialmente aceitos quando ocupam posições subalternas ou os espaços periféricos a eles destinados; sua presença nos templos do consumismo moderno, os shoppings centers, não deve ser, em hipótese alguma, tolerada. Diante dessa realidade segregacionista, ainda há quem insista em afirmar que somos uma democracia racial. Lastimável equívoco.

Francisco Fernandes Ladeira é especialista em Ciências Humanas: Brasil, Estado e Sociedade pela Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) e professor de Geografia em Barbacena, MG

http://observatoriodaimprensa.com.br/news/view/_ed782_quando_os_negros_querem_entrar_em_lugares_de_brancos

Fonte: Observatório da Imprensa (SP)  

sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

Vagas para Negros em São Paulo – Concursos públicos do município agora tem Lei que garante 20% das vagas para negros

Um quinto das vagas em concursos públicos da cidade de São Paulo será destinado à população negra. A Lei nº 15.939, sancionada pelo prefeito Fernando Haddad e publicada na última terça-feira (23) no Diário Oficial da Cidade, estabelece que “todos os órgãos da Administração Pública Direta e Indireta do Município de São Paulo ficam obrigados a disponibilizar em seus quadros de cargos em comissão e efetivos o limite mínimo de 20% das vagas para negros, negras ou afrodescendentes”. ">">">

domingo, 3 de novembro de 2013

Começa terça-feira (05/11) Conferência da Igualdade Racial com debate sobre democracia e desenvolvimento sem racismo

Lançamentos, paineis temáticos, exposição sobre uma década de políticas de promoção da igualdade racial vão ambientar a reunião de 1400 pessoas, cuja missão é apontar caminhos para a construção de um Brasil Afirmativo. Esse é o clima da III CONAPIR, que acontece no Centro de Convenções e Eventos Brasil 21, em Brasília, nos próximos dias 5, 6 e 7 de novembro Começa terça-feira (05/11) Conferência da Igualdade Racial com debate sobre democracia e desenvolvimento sem racismo Missão dos delegados e delegadas é pensar o Brasil Afirmativo Cerca de 1400 pessoas participam de um amplo debate em torno do tema “Democracia e desenvolvimento sem racismo: por um Brasil afirmativo” na III Conferência Nacional de Promoção da Igualdade Racial – III CONAPIR, que começa terça e vai até quinta-feira (5 a 7 de novembro), em Brasília. O evento tem como principal objetivo reafirmar e ampliar o compromisso do governo e da sociedade brasileira com políticas de enfrentamento ao racismo e de promoção da igualdade como fatores essenciais à democracia plena e ao desenvolvimento com justiça social no país. A solenidade de abertura (às 19h do dia 5) e o encerramento da III CONAPIR serão transmitidos ao vivo pela TV NBR e pelo site do eventohttp:__iiiconapir.seppir.gov.br, onde também poderão ser conferidas entrevistas de participantes, fotos, matérias e vídeos. As atualizações ainda estarão disponíveis nas redes sociais Twitter (@SEPPIR) e Facebook (https:__www.facebook.com_Seppir). Nos três dias de Conferência, a missão dos(as) participantes é apontar caminhos para a construção de um Brasil afirmativo, que considere a importância da inclusão racial nos processos de democratização e desenvolvimento do país. O debate se dá numa conjuntura favorável, com acúmulo de conquistas políticas, econômicas e sociais para o segmento negro que, pela primeira vez representa oficialmente mais da metade da população (50,7%) por autodeclaração no último Censo do IBGE (2010). A Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial da Presidência da República (SEPPIR/PR) e o Conselho Nacional de Promoção da Igualdade Racial (CNPIR) coordenam a organização do evento, que terá 1.200 delegados e delegadas, além de 200 convidados. Exposição - A III CONAPIR acontece em meio às comemorações dos 10 anos de criação da SEPPIR. Durante o evento, estará em cartaz a exposição “SEPPIR 10 – Uma década de igualdade racial’, que tem patrocínio da Petrobras. A mostra permitirá ao conferencista um passeio pelas ações desenvolvidas nos últimos dez anos pela SEPPIR, parceiros governamentais e entidades da sociedade civil, em torno das políticas de promoção da igualdade racial e questões a elas relacionadas. A abordagem do tema é feita por meio da compilação de cartazes, banners, publicações, fotografias, entre outros materiais gráficos. Lançamentos Durante a programação da III Conapir será lançado o primeiro módulo do Sistema de Monitoramento das Políticas de Promoção da Igualdade Racial. Disponível na internet (www.monitoramento.seppir.gov.br), o material pode ser acessado sem cadastro ou senha. A etapa que entra no ar é composta por duas ferramentas de visualização: paineis de monitoramento (com informações específicas para cada eixo dos programas) e mapas de diagnóstico (com dados territoriais). O objetivo é auxiliar gestores públicos a encontrar caminhos para a avaliação e o aperfeiçoamento da implementação de duas políticas estratégicas coordenadas pela SEPPIR: o Programa Brasil Quilombola (PBQ) e o Plano de Prevenção à Violência contra a Juventude Negra - Juventude Viva. O sistema foi desenvolvido pela SEPPIR em parceria com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) e a Fundação Ford Outro lançamento bastante esperado é o do Guia de Implementação do Estatuto da Igualdade Racial para Estados, Distrito Federal e Municípios. Elaborada pela SEPPIR em parceria com o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), a publicação traduz a principal recomendação do Grupo de Trabalho Estatuto da Igualdade Racial (GT-EIR), criado para analisar e propor caminhos para a efetivação da Lei 12.888, de 20 de julho de 2010, que institui o Estatuto da Igualdade Racial. Direcionada a técnicos, gestores e ativistas, o guia pode ser utilizado como subsídio para reuniões de grupos intersetoriais, conselhos e fóruns intergovernamentais de promoção da igualdade racial. SERVIÇO O que: III Conferência Nacional de Promoção da Igualdade Racial – III CONAPIR Onde: Centro de Convenções e Eventos Brasil 21, em Brasília Quando: 5, 6 e 7 de novembro de 2013 PARA SABER MAIS: www.seppir.gov.br/iiiconapir Coordenação Executiva da III CONAPIR e-mail: conapir2013@seppir.gov.br Telefone: (61) 2025-7021 e 0800 645 63 59 Coordenação de Comunicação da SEPPIR http://www.seppir.gov.br/noticias/ultimas_noticias/2013/11/comeca-terca-feira-05-11-conferencia-da-igualdade-racial-com-debate-sobre-democracia-e-desenvolvimento-sem-racismo

quinta-feira, 23 de maio de 2013

- Apoio urgente às Acadêmic@s Indígenas da UnB!!!


As/os estudantes indígenas da UnB estão se mobilizando para reivindicar e conquistar condições mais justas e sustentáveis para realizar seus estudos universitários, especialmente no tocante às suas bolsas.

Por Ações Afirmativas efetivas e por inteiro!

Nós do Nosso Coletivo Negro-DF já declaramos apoio total e solicitamos que tod@s também apoiem essa jornada!  Apoio comparecendo à FUNAI pra apoiar a ocupação, com subsídios  com diálogo, ver o que estão precisando, compartilhando conteúdos nas redes sociais, promovendo debates, etc.

Na carta abaixo, a associação se pronuncia, há também contatos:

 A FUNAI não cumpre acordo do convenio nº 001/2004 entre FUB/FUNAI e atrasa o pagamento das bolsas de estudantes indígenas da universidade de Brasília. Em consequência disso, todos os estudantes estamos com atrasos nos aluguéis, contas de água e luz, IPTU, bem como com dificuldades na compra de alimentos, deslocamento, medicamentos, higiene básica etc.  Ontem sete estudantes indígenas receberam ordem de despejo para desocupar ainda hoje suas moradias. Esse descompromisso da FUNAI acarreta na violação dos direitos humanos e indígenas e é contrário à implementação do Programa de Plano de Metas para a Integração Étnica e Racial da UnB, pois sem esse auxílio se torna impossível a permanência dos indígenas na Universidade de Brasília.
Por este motivo, os estudantes indígenas da Associação de Acadêmicos Indígenas do Distrito Federal ocupamos nesta tarde de quinta-feira a FUNAI e exigimos a presença da presidenta Márta Azevedo.  Só sairemos quando for apresentada uma solução para a situação dos estudantes indígenas da Universidade de Brasília.
Brasília, 23 de Maio de 2013

  Contato:
8249.7585 / 8170.6244 
Associação dos Acadêmicos Indígenas do Distrito Federal

     



Imagens: da AAIDF

 

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Unidas/os nas diferenças profundas, jamais indiferenças... Aldeia, Quilombo, Favela! Viva os diálogos marginais emancipatórios, pela descolonização...!


nós por nós, por amor! 

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Vídeo Clipe da Música No Yankee, Fase Terminal e Brô MC`s (primeiro grupo de rap indígena do Brasil).

- VI Encontro Nacional da Rede Mocambos acontece de 27 de maio à 03 de junho na Casa de Cultura Tainã.





Entre os dias 27 de maio e 03 de junho de 2013, a Casa de Cultura Tainã (Campinas SP) sediará o IV Encontro Nacional da Rede Mocambos, reunindo griôs da cultura negra, quilombolas, colaboradores diversos e integrantes dos Núcleos de Formação Continuada da Rede. Já estão confirmadas participações de 8 estados: São Paulo, Bahia, Pará, Amapá, Pernambuco, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro e Maranhão
 
O evento dará início aos encontros do Projeto Núcleos de Formação e Comunicação Quilombola, realizando a partir disso, um conjunto de oficinas e debates para efetivação de ações através de uma rede de produção, que irá organizar e difundir conteúdos históricos, artísticos, culturais, técnicos e linguísticos, produzidos por comunidades tradicionais por meio da comunicação comunitária.

A Rede Mocambos, ao acumular uma trajetória de quase uma década de articulação negra e
quilombola, traz em suas experiências para o contexto atual de seus encontros, no campo da cultura negra e de pesquisa e desenvolvimento em cultura digital, a possibilidade de estruturação de acervos digitais a partir de servidores de baixo custo. Esses servidores deverão permitir a criação, organização e difusão de conteúdos de saberes ancestrais em comunidades com ou sem acesso à Internet, através de textos, das artes e do áudio visual.

Essa é uma das tentativas de intervir no cenário preocupante de desmantelamento dos saberes afro comunitários, como reflexo de um contexto que associa uma história de invisibilização e opressão pautada no "supremacismo branco" com as eficazes articulações entre capitalismo, racismo e dominação dos meios de comunicação pelas elites.

Esse projeto que permeia o IV Encontro Nacional é um contraponto, consequência de anos de acúmulo, pesquisa e articulação, gira em torno de questões centrais que entendem a apropriação da comunicação numa perspectiva ancestral, não apenas como a ruptura do indivíduo em ser mero receptor de informação, mas também como uma estratégia de poder com capacidade de redefinir e ampliar uma filosofia do ser e suas infinitas possibilidades de intervenção na realidade.

A Casa do Boneco estará novamente presente nesse encontro, que significa uma das suas mais importantes agendas políticas desde 2008, quando a entidade ingressou na Rede. Say Adinkra, articuladora da Mocambos na Bahia, Dani Negra Jeje, educadora e multiplicadora em cultura digital, André Carlos, Diretor da Associação do Quilombo Lagoa Santa em Ituberá, Cauê Rocha, cineasta e integrante da Teia de Agroecologia da Bahia e Sérgio Melo, integrante do Coletivo Nordeste Livre, colaborador da Casa do Boneco e da Mocambos, formarão as representações da Bahia juntamente com os guris Uil Xapanã de 4 anos e Mateus Melo de 3 anos. Com os elementos de Ogum e Exu, vamos para mais uma dinâmica quilombela!


Casa de Cultura Tainã
Rua Inhambu, 645 – Praça dos Trabalhadores - Vila Castelo Branco
13.061.300 Campinas - SP

segunda-feira, 13 de maio de 2013

13 de Maio: Dia Nacional de Denúncia e Luta contra o racismo! (2013: 125 anos da "abolição" da escravatura negra o Brasil...")







Há mais de um século, o dia 13 de maio marca a data da assinatura da lei que emancipou os escravos. A concessão da liberdade, porém, foi acompanhada de medidas que negaram a cidadania plena aos negros

Flávio Gomes e Carlos Eduardo Moreira de Araújo



Negros na colheita de café no fim do século XIX.

No início de 1929, o periódico carioca O Jornal apresentava em suas páginas uma "preciosidade suburbana" de 114 anos: "Um preto velho, curvado sobre um cacete nodoso, typo impressionante, que raramente se vê em nossa capital". O homem havia procurado aquela redação no intuito de pedir ajuda para comprar uma passagem para a Barra do Piraí, onde iria visitar seu neto, mas, diante do olhar de espanto dos jornalistas, decidiu sentar para conversar e contar suas histórias do tempo em que era escravo: "Eu nasci em São João del Rey, quando ainda estava no Brasil o sr. dom João, pai do primeiro imperador. Era molecote e pertencia ao sr. capitão Manoel Lopes de Siqueira". Teria sido vendido para o coronel Ignácio Pereira Nunes, dono da fazenda da Cachoeira, em Paraíba do Sul. Ali labutava quando estourou a Revolução Liberal de 1842 (ver glossário). Trabalhava tanto na lavoura como nas tropas que cruzavam o vale do Paraíba despejando café no porto do Rio de Janeiro.
O ex-escravo chamava-se Hipólito Xavier Ribeiro e era morador do morro da Cachoeirinha, na serra dos Pretos Forros (localizada entre os atuais bairros de Lins de Vasconcelos e Cabuçu, na zona norte do Rio de Janeiro). Ao longo de sua vida testemunhou importantes acontecimentos da história do Brasil, entre os quais a Guerra do Paraguai, da qual participou: "Quando o imperador mandou chamar os moços brancos para servir na tropa de linha, nunca vi tanto rancho em biboca da serra, tanto rapaz fino barbudo que nem bicho escondido no mato... O recrutamento esquentou a cada fazendeiro. Para segurar o filho, agarrando a saia da mamãe, entregava os escravos. Entregava chorando porque um negro naquele tempo dava dinheiro. Eu fui num corpo de voluntários quase no fim da guerra, mas ainda entrei em combate em Mato Grosso".
Terminado o conflito, Hipólito presenciaria outro fato marcante de nossa história: a abolição da escravidão, com a assinatura da Lei Áurea no dia 13 de maio de 1888. Ele ainda se lembrava bem dos festejos - "um batuque barulhento, sapateado de pé no chão, um cateretê daqueles, correu de dia e de noite" - mas a recapitulação do passado foi interrompida pela dura realidade do presente. Quando já havia reunido uma platéia na redação que ouvia atentamente as suas histórias, o antigo escravo decretou:
"Se eu fosse contar tudo o que sei... não acabava hoje". Queria mesmo era ajuda para comprar a passagem, pois "o tempo de hoje está pior do que o tempo do imposto do vintém (ver glossário)" e "cadê dinheiro?", e "a pé não chego lá, de trem não posso ir". E foi-se embora. Um dos jornalistas que ouviu o relato descreveu o velho negro em sua crônica: "Não obstante a sua idade avançada, apresenta aspecto sadio. É um preto alto, espadaúdo, ainda com esforço consegue se empertigar com entusiasmo. Fala com pausa, como a inquirir o pensamento".

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Assim como Hipólito Ribeiro, muitos negros participaram da Guerra do Paraguai. Acima, a guarda do Marquês de Caxias.

O relato de Hipólito Xavier Ribeiro, registrado mais de 40 anos após a assinatura da Lei Áurea, é um símbolo da memória construída no Brasil em torno da Abolição. Para as elites, a escravidão deveria aparecer como resquício de um passado a ser derrotado, distante, velho e quase nunca alcançado pela memória. Um passado, se não exótico, quase surreal, como o próprio negro Hipólito.
Por que essa tentativa de apagar o passado? Por um lado era preciso fazer vista grossa às promessas não cumpridas de indenização pelos escravos libertos feitas aos fazendeiros; por outro, era necessário colocar panos quentes nas expectativas de acesso à terra e autonomia nutridas pelos libertos e pela população negra em geral nas cidades e no interior. Numa carta enviada a familiares em Valença, em abril de 1889, uma tal Pequetita Barcelos já se referia ao 13 de maio como o "malfadado dia", afirmando que os libertos preparavam "balas para os republicanos" e que só pensavam em "política e raça". O contexto era o temor da Guarda Negra, da propaganda republicana e de uma suposta retaliação política. Enquanto a população negra adulta podia ser apelidada como os "libertos do13 de maio", fazendeiros insatisfeitos eram chamados de "republicanos do 14 de maio", ou seja, aqueles que aderiram à campanha republicana e se tornaram críticos ferrenhos da monarquia justamente após a Abolição imediata e sem indenização.
Hoje sabemos que o fim da escravidão em diversas partes das Américas foi acompanhado com interesse mútuo e apreensão em vários países do mundo. Pela documentação diplomática é possível avaliar as expectativas de agentes consulares em Paris, Londres, Nova York, Caracas, Havana, Liverpool, Baltimore, Washington, Buenos Aires, Serra Leoa, Lisboa e Madri. Orientado pelas autoridades do Império, os agentes brasileiros consumiam e acompanhavam todos os debates e todas as publicações. Freqüentemente eram enviadas cópias de leis sobre a melhoria do tratamento dos escravos no Caribe, Cuba e EUA, assim como recortes de jornais e avaliações sobre o que acontecia no estrangeiro. Olhar a situação do vizinho era fundamental.

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Missa campal realizada em 1888 para festejar a Abolição, que contou com a presença da própria princesa Isabel.

Memória seletiva
O esforço para esquecer um passado incômodo foi acompanhado pela construção de uma memória seletiva do processo de emancipação, que apresentava a Lei Áurea como uma dádiva concedida pela romântica figura da princesa Isabel, amparada pela ação apenas dos abolicionistas brancos e dos parlamentares da época. Essa imagem idealizada do 13 de maio produziu uma série de silêncios sobre as batalhas pela Abolição, marcada pela edição de jornais que reivindicavam o fim da escravidão, fugas coletivas, participação da classe trabalhadora organizada em associações, meetings abolicionistas, refregas nas ruas etc. Tentava-se, assim, desmobilizar os cenários, desqualificar os personagens, enfraquecer a força política e os desdobramentos da Abolição, remetendo a escravidão e os ex-escravos para um passado distante.
Foi assim que o 13 de maio entrou para o nosso calendário cívico. Em 1898, a comemoração dos primeiros dez anos da Abolição já tinha o caráter de feriado nacional, com atos cívicos e religiosos e com repartições públicas sem expediente. Em 1908, a data seria comemorada com salvas de tiros de navios de guerra e fortalezas militares foram especialmente embandeiradas. Aconteceu até um quase carnaval no Rio de Janeiro, organizado pelo Clube dos Fenianos. Em 1938, quando foram comemorados os 50 anos da Abolição, o presidente Getúlio Vargas, em pleno Estado Novo, oficializou os festejos em todo o território nacional.

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Cenas do cotidiano dos escravos em 1860, em fotografias de Cristiano Jr.

A comemoração da assinatura da Lei Áurea, porém, não ficou restrita às missas, manifestações públicas, marchas escolares, execução de hinos, bandas musicais e paradas militares. Os jornais do final do século XIX mostram que, após os primeiros aniversários, as celebrações oficiais passaram a ser acompanhadas por protestos populares, homenagens póstumas a abolicionistas, críticas às diretrizes republicanas e reivindicações da população negra.
O final do século XIX e o início do XX foram marcados por uma batalha pela memória das lutas populares abolicionistas e pelas demandas de integração e cidadania.
Em várias regiões do país surgiram associações, entidades e clubes formados por libertos e pela população negra em geral, pertencentes tanto aos setores literários quanto aos meios operários ou recreativos. O principal apelo organizativo era reunir-se para tratar de assuntos do interesse dos "homens de cor" ou das "classes de cor". Nessa época, surgiu um vocabulário político próprio dos negros, por meio do qual avaliavam sua inserção na sociedade, suas demandas, seus comportamentos, suas estratégias, suas formas de atuação e suas denúncias e protestos contra a ordem social vigente.

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A alfândega, de P. Bertichen: o trabalho negro no cais

Os ex-escravos e libertos reagiam, assim, à inexistência de políticas públicas no pós-1888 para incorporar milhares de pessoas a uma sociedade até então de cidadania restrita por meio do acesso à terra, ao trabalho e à educação. Pelo contrário: o silêncio sobre a integração dos ex-escravos e os limites da sua cidadania, misturado à truculência contra a população pobre urbana, sugere mesmo a institucionalização de um modelo - nem sempre explícito legalmente, mas vigente em práticas e políticas públicas adotadas - de intolerância racial que seria adotado no século XX pelas elites e pelo poder público do país "civilizado".
Vigiar e punir
Essa atitude se reflete na legislação punitiva e na constituição do sistema prisional para escravos e africanos no Brasil do século XIX e sua redefinição no período pós-Abolição. Alguns aspectos da legislação penal no Império, como o Código Criminal de 1830 e o Código de Processo Criminal de 1832, já tratavam os negros, escravos ou libertos de modo diferenciado em relação ao resto da sociedade. O castigo corporal se tornou sinônimo de punição para escravos e para a população negra em geral. Escravos e libertos atravessaram todo o século XIX estigmatizados como potenciais criminosos, com as prisões do Império lotadas deles. A cidade do Rio de Janeiro possuía uma prisão destinada exclusivamente à aplicação de penas impostas pelas autoridades judiciárias ou pelos senhores aos escravos, o Calabouço, que funcionou a pleno vapor até o fim do século XIX.

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Negros trabalham em um terreiro de café em 1895. Após a abolição, muitas fazendas continuaram a usar mão-de-obra dos antigos escravos.

Uma análise dos processos criminais no pós-1888 com réus homens e mulheres aponta para o fato de que mesmo com o fim oficial da escravidão, a cor continuou sendo uma marca indelével carregada por milhares de homens e mulheres, fossem "libertos do 13 de maio" ou não. A grande migração de famílias negras em direção aos centros urbanos no alvorecer do século XX reforçou a associação da criminalidade à raça e à origem social. Numa guinada ideológica, crimes diversos eram atribuídos a uma suposta natureza da população negra e à sua herança da escravidão, ou seja, fruto de cidadãos incompletos (em termos raciais e sociais para os cientistas da época) numa nova ordem burguesa, capitalista e urbana.
Esses mesmos que viam os negros como supostamente inclinados ao crime, no entanto, silenciavam sobre as péssimas condições de vida nas cidades, marcada pelos problemas de saneamento e epidemias, pela falta de escolas e pelas políticas públicas discriminatórias de uma elite política que desenhava uma nação que deveria apagar seu passado escravista e a memória dos descendentes do cativeiro. Eliminava-se o escravo, mas inventava-se o negro/preto como uma marca social negativa. Libertava-se o trabalhador e instituía-se legalmente a idéia de "vadiagem" para controlá-lo.
Essa visão estereotipada do pós-Abolição no Brasil, no entanto, vem sendo amplamente questionada por parte da historiografia mais atual, fruto de pesquisas inéditas com testamentos, processos-crimes, inventários, literatura, correspondência de autoridades e políticos, recenseamentos e mesmo depoimentos de filhos e netos de ex-escravos. Esses novos trabalhos vêm pensando o período pós-emancipação também do ponto de vista das expectativas dos libertos e de seus descendentes, analisando seu legado e as experiências urbanas e rurais multifacetadas em várias partes do país.

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Cenas do cotidiano dos escravos em 1860, em fotografias de Cristiano Jr.

Um desafio mais recente tem sido conectar as experiências da escravidão e do pós-emancipação à história do trabalho e à organização dos trabalhadores. Até o momento, na história do trabalho e da classe operária no Brasil foi incluída somente a experiência dos imigrantes europeus no pós-1888. Imigrantes estrangeiros chegaram muito antes de a escravidão ser abolida e foram trabalhar nas mesmas áreas que os trabalhadores escravos. Há vários exemplos de fazendeiros com propriedades que utilizavam em algumas fazendas uma maioria de trabalhadores imigrantes europeus e em outras um maior número de trabalhadores negros escravizados. Na pós-emancipação, trabalhadores negros (muitos ex-escravos ou seus filhos) e imigrantes europeus passaram a trabalhar lado a lado nas fábricas, não sem tensões étnicas.
É assim que a historiografia recente tem tentado contribuir para uma avaliação crítica do que de fato significou a Abolição e as primeiras décadas do pós-emancipação. Uma coisa, no entanto, é certa: o legado da opressão e do racismo, não só no Brasil como em toda a América, foi um dos aspectos mais importantes da trágica herança da escravidão.


GLOSSÁRIO

REVOLUÇÃO LIBERAL DE 1842: Movimento liderado pelas elites paulista e mineira que se opunha a medidas centralizadoras adotadas pelo governo imperial, na época dominado por políticos conservadores.
IMPOSTO DO VINTÉM: Taxa instituída pelo governo imperial em 1880 sobre a passagem de bonde, que previa a cobrança de 1 vintém sobre o preço original.
GUARDA NEGRA: milícia formada por ex-escravos para defender a monarquia após a assinatura da Lei Áurea.
Flávio Gomes e Carlos Eduardo Moreira de Araújo são historiadores. FLÁVIO GOMES é professor do Departamento de História da UFRJ. Organizou o volumeQuase-cidadão - História e antropologia do pós-emancipação no Brasil (Fundação Getúlio Vargas, 2007) e escreveu A hidra e os pântanos - Mocambos e quilombos no Brasil escravista/i (Editora da Umesp, 2005), entre outros livros. CARLOS EDUARDO MOREIRA DE ARAÚJO é doutorando em história social pela Unicamp e um dos autores de Cidades negras - Africanos e crioulos no Brasil escravista(Alameda, 2006).



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Foto: O 13 de maio de 1888 ficou marcado na História do Brasil como o dia em que foi abolida a escravidão no país. Simplificado assim, o processo que culminou nesta data leva a ignorar as lutas populares e toda uma movimentação na sociedade brasileira, entre prós e contra o fim da escravatura, inclusive no Parlamento. 

O livro Abolição no Parlamento, 1823/1888 – 65 anos de lutas resgata, através de volumosa documentação histórica, os embates ocorridos na Câmara dos Deputados e no Senado Federal até a assinatura da Lei Áurea pela princesa Isabel. Sua leitura é mais do que oportuna para situar os temas que, após 125 anos, ainda mobilizam o Congresso Nacional. A regulamentação da chamada PEC das Domésticas e o debate sobre a PEC do Trabalho Escravo indicam que a abolição é um projeto ainda inconcluso.

http://www.seppir.gov.br/noticias/ultimas_noticias/2013/05/documentos-do-arquivo-do-senado-mostram-como-parlamento-atuou-na-questao-da-escravidao


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